B-Corps, lawtechs e outras tendências de negócios do futuro

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No âmbito corporativo, o conceito de sustentabilidade ainda é frequentemente associado a questões ambientais, mas a verdade é que seu alcance vai muito além. Empresas que almejam uma posição sólida e de destaque nos próximos anos precisam, sim, desenvolver ações de preservação do meio-ambiente, mas também devem conectar suas operações com questões sociais, culturais e tecnológicas, de modo a consolidar uma atuação completa e efetiva em seus mercados de interesse.

É neste sentido que surge o termo Nova Economia, como representação de um novo momento global em que o apego excessivo a valores e posturas antiquadas pode significar o fracasso de uma operação. Para ser uma organização do futuro, é necessário agir em diversas frentes, baseando a rotina da companhia em princípios significativos que, quando colocados em prática de fato, podem originar novos formatos de negócios.

Premissas e desafios corporativos da Nova Economia

A ascensão da internet e diversas ferramentas digitais nas últimas décadas reconfigurou a dinâmica de basicamente todos os mercados possíveis. Hoje, a Nova Economia é uma realidade pautada por premissas que não podem ser negligenciadas, e por desafios para empresas de todos os portes e segmentos. Na ausência de um manual fixo de proposições, visto que tudo no mundo digital é extremamente dinâmico, destacam-se os pontos a seguir:

  • Cultura ambidestra: este conceito se relaciona com a postura de organizações que executam duas linhas de atuação concomitantes. O “braço direito” diz respeito à gestão eficaz e lucrativa de recursos tradicionais em andamento, ao mesmo tempo em que há investimentos do “braço esquerdo”, que trata da realização de projetos pioneiros e ações inovadoras.
  • Valorização do propósito: não há mais espaço para empresas que se propõem a “vender por vender”. Os mercados atuais valorizam a existência de um propósito, isto é, uma razão de ser por trás da marca e de todas as ações por ela realizadas. Diferente da missão e da visão da empresa, este propósito geralmente coloca um problema a ser solucionado ou uma premissa global no centro de sua existência, tais como “facilitar o acesso à informação” ou “melhorar a mobilidade nas cidades”, por exemplo.
  • Atuação centrada no cliente: a partir do propósito definido, o centro de atuação das marcas da Nova Economia não é mais seu principal produto, serviço ou as características da empresa, mas seus clientes. Isso significa que é necessário investir em técnicas e tecnologias para conhecer e compreender a fundo o perfil de público com o qual a empresa deseja interagir, para ser capaz de atender suas demandas específicas e fidelizar seus clientes.
  • Inovação como requisito, não como diferencial: houve um tempo em que ser uma empresa inovadora era considerado uma vantagem competitiva e um diferencial interessante. Atualmente, inovação é um requisito obrigatório. Organizações que não forem capazes de acompanhar o ritmo acelerado das mudanças e de desenvolverem respostas igualmente ágeis dificilmente conseguirão competir em mercados cada vez mais acirrados.

O que é uma empresa certificada “B-Corp”?

Um exemplo claro de novos modelos de negócio na Nova Economia são as empresas B-Corp, ou Empresa B. O termo define uma organização com fins lucrativos que se propõe oficialmente a, além de gerar retorno para seus acionistas, desenvolver produtos, serviços e iniciativas que contribuem efetivamente para trazer benefícios à sociedade.

Para isso, não basta assumir um discurso neste sentido, é preciso obter uma certificação emitida pelo B Lab, entidade internacional responsável por avaliar e comprovar o cumprimento de requisitos associados a desempenho social e ambiental da organização, recursos de transparência pública e de responsabilidade legal, entre outros fatores. Empresas de todos os segmentos podem se aplicar para obter a certificação de reconhecimento global, desde que cumpram com todos os requisitos definidos.

Em síntese, B-Corps são organizações que equilibram propósito e lucro, de modo que um aspecto não prejudique a obtenção do outro. Ao assumir esta postura, as empresas são capazes de criar negócios sustentáveis em todas as esferas, garantindo a possibilidade de maior longevidade de seus produtos e serviços, aumentando a probabilidade de receber investimentos e, por fim, construindo conexões mais significativas com seus stakeholders.

O que significam as expressões lawtech legaltech?

tecnologia é a grande aliada dos negócios do futuro, e seu papel não se restringe a setores específicos. No Direito, por exemplo, que popularmente é visto como um segmento tradicional e analógico, o digital vem ganhando espaço graças ao surgimento das chamadas lawtechs ou legaltechsstartups de tecnologia com soluções focadas em demandas do meio jurídico.

Os tipos de soluções oferecidas são os mais variados possíveis, desde softwares especializados em gestão da informação para escritórios de advocacia, até ferramentas que promovem a digitalização de dados e a democratização do acesso à informação.

Algumas dessas iniciativas se destacam não apenas porque facilitam a rotina de profissionais do setor e seus clientes, mas também pelo já mencionado aspecto sustentável. Ferramentas que propiciam a diminuição do consumo de papel, por exemplo, auxiliam na diminuição do lixo produzido pelas empresas e na redução de custos relacionados à compra de insumos e ao tempo necessário para a conclusão de determinadas tarefas.

A importância de conciliar tradição e inovação nos negócios

A Nova Economia já deixou de ser uma tendência e é, atualmente, a realidade das empresas inovadoras que lideram seus mercados de atuação. Ao unificar inovação tecnológica e processual com tradição e credibilidade construída e conquistada no decorrer da operação, as empresas têm a possibilidade de obter melhores resultados e construir soluções efetivas e duradouras.

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